segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Câncer de Próstata




Muito tem se falado sobre Câncer de próstata, então, vou dar aqui a minha contribuição, sobre este importante problema de saúde pública mundial.

 Desde 1960, é possível perceber um aumento progressivo do número de casos de câncer em todo o mundo. Apesar de muitas pesquisas, na tentativa de se esclarecer a causa exata da maioria dos cânceres de próstata, ela ainda é desconhecida.

A próstata é uma glândula auxiliar do sistema genital masculino, localizada na frente do reto e embaixo da bexiga urinária. O tamanho da próstata varia com a idade. Em homens mais jovens, tem aproximadamente o tamanho de uma noz, mas pode ser muito maior em homens mais velhos. 

A função da próstata é produzir o fluído que protege e nutre os espermatozoides no sêmen, tornando-o mais líquido. Logo atrás da próstata, estão as glândulas denominadas vesículas seminais, que produzem a maior parte do fluido para o sêmen. A uretra, que transporta a urina e o sêmen para fora do corpo através do pênis, atravessa o centro da próstata.

A próstata começa a se desenvolver antes do nascimento, aumentando pouco durante a puberdade, estimulada pelos hormônios masculinos, denominados andrógenos no corpo. O principal andrógeno é a testosterona, que é produzida nos testículos. A enzima 5-alfa reductase converte a testosterona em diidrotestosterona (DHT). A DHT é o principal hormônio que sinaliza a próstata a crescer.

A próstata cresce lentamente ou permanece aproximadamente do mesmo tamanho em adultos, enquanto existirem hormônios masculinos.

O câncer da próstata é o mais comum tipo de câncer entre os homens. No Brasil, todos os anos, cerca de 52.000 homens são diagnosticados como acometidos de câncer da próstata. O câncer da próstata desenvolve-se quando as células da glândula da próstata começam a se multiplicar e crescer descontroladamente. Em muitos casos, esse é um processo de crescimento lento e o homem não percebe a sua evolução, pois ele pode nunca ocasionar um sintoma ou problema. Há, contudo, casos em que o processo é muito acelerado, com o câncer crescendo rapidamente, o que irá requerer tratamento para evitar ou retardar que ele se espalhe por outros órgãos.

Os fatores de risco incluem idade avançada (acima de 50 anos), histórico familiar da doença, fatores hormonais e ambientais e certos hábitos alimentares (dieta rica em gorduras e pobre em verduras, vegetais e frutas), sedentarismo e excesso de peso.

Os negros constituem um grupo de maior risco para desenvolver a doença.


DADOS ESTATÍSTICOS SOBRE O CÂNCER DE PRÓSTATA

Além do câncer de pele, o câncer de próstata é o câncer mais comum em homens. As estimativas do Instituto Nacional de Câncer, para 2014/2015, são de cerca de 68.800 novos casos de câncer de próstata.

O câncer de próstata ocorre principalmente em homens mais velhos. Cerca de 6 em cada 10 casos são diagnosticados em homens com mais de 65 anos, sendo raro antes dos 40 anos. A média de idade no momento do diagnóstico é de cerca de 66 anos.

O câncer de próstata é a segunda principal causa de morte por câncer em homens, seguido apenas pelo câncer de pulmão. Cerca de 1 homem em 36 morrerá de câncer de próstata.

O câncer de próstata pode ser uma doença grave, mas a maioria dos homens diagnosticados com a doença, não morrem por causa dela.

Menos de 10% dos cânceres de próstata têm algum componente hereditário. Quanto mais jovem o homem em quem o câncer for detectado, maior a probabilidade de haver um componente hereditário.

No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma). Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres.

Mais do que qualquer outro tipo, é considerado um câncer da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos (exames), pela melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento na expectativa de vida.



SINAIS E SINTOMAS

A maioria dos cânceres de próstata cresce lentamente e não causa sintomas. Tumores em estágio mais avançado podem ocasionar dificuldade para urinar, sensação de não conseguir esvaziar completamente a bexiga,hematúria (presença de sangue na urina), micção frequente, fluxo urinário fraco ou interrompido, sangue no líquido seminal, dor ou ardor durante a micção, fraqueza ou dormência nas pernas ou pés, perda do controle da bexiga ou intestino devido a pressão do tumor sobre a medula espinhal e problemas em conseguir ou manter a ereção


Se a doença se disseminou, o homem pode apresentar sintomas como dor nas costas, quadris, coxas, ombros ou outros ossos. Dor óssea, principalmente na região das costas, devido à presença de metástases, é sinal de que a doença evoluiu para um grau de maior gravidade.


Mas doenças benignas da próstata, como hiperplasia prostática também causam os mesmos sintomas. Dessa forma, é importante manter o médico informado sobre qualquer um desses sintomas para que a causa seja diagnosticada e tratada de imediato.


DIAGNÓSTICO

O câncer de próstata pode ser diagnosticado por meio de exame físico (toque retal) e laboratorial (dosagem do PSA). Caso sejam constatados aumento da glândula ou PSA alterado, deve ser realizada uma biópsia para averiguar a presença de um tumor e se ele é maligno. Se for, o paciente precisa ser submetido a outros exames laboratoriais para se determinar seu tamanho e a presença ou não de metástases.

O toque retal identifica outros problemas além do câncer de próstata e é mais sensível em homens com algum tipo de sintoma. O PSA tende a aumentar de acordo com o avanço da idade. Cerca de 75-80% dos homens com aumento de PSA não têm câncer de próstata.

Cerca de 20% dos homens com câncer de próstata sintomático apresentam um PSA normal. Dependendo da região da próstata, o câncer também pode não ser palpável pelo toque retal. A melhor estratégia é realizar os dois exames, já que são complementares.

Alguns médicos recomendam a realização do toque retal e da dosagem do PSA a todos os homens acima de 50 anos. Para aqueles com história familiar de câncer de próstata (pai ou irmão) antes dos 60 anos, os especialistas recomendam realizar esses exames a partir dos 45 anos.

Uma importante parte na avaliação do câncer de próstata é a determinação do estágio, que significa o quão longe o câncer já se espalhou. Conhecer o estágio ajuda a definir o prognóstico e é útil para se escolher a terapia. O sistema mais comum é o sistema de quatro estágios, o sistema TNM (abreviação para Tumor/linfoNodos/Metástases). Seus componentes incluem o tamanho do tumor, o número de linfonodos envolvidos e a presença de alguma metástase. 
A distinção mais importante feita pelo estadiamento é se o câncer está ou não ainda confinado à próstata. No sistema TNM, os cânceres T1 e T2 são encontrados somente na próstata, ao passo que os T3 e T4 já se espalharam. 

Diversos testes podem ser usados para procurar evidências da dispersão do câncer (metástase). Eles incluem tomografia computadorizada para avaliar a dispersão na pelve, cintilografia dos óssos para procurar sinais nos ossos e ressonância magnética para avaliar a cápsula prostática e vesículas seminais. Os exames dos ossos mostram aparência osteoblástica devido a uma densidade óssea aumentada nas áreas em que há metástase óssea - em oposição ao que é observado em muitos outros cânceres que metastatizam. 

Depois de uma biópsia da próstata, o patologista observa as amostras sob microscópio. Se o câncer estiver presente, o patologista relata o grau do tumor. O grau revela quanto o tumor se diferencia do tecido prostático normal e sugere quão rápido o tumor irá crescer. 

O sistema de Gleason é usado para graduar tumores de 2 a 10, sendo o escore de Gleason 10 indicando as maiores anomalias. O patologista atribui um número de 1 a 5 para o padrão mais comum observado na amostra sob o microscópio, e então atribui outro número de 1 a 5 para o segundo padrão mais comum. A soma destes dois números é o escore de Gleason. A graduação adequada do tumor é crítica, já que o grau do tumor é um dos principais fatores usados para determinar qual tratamento será recomendado.


Uma pesquisa feita no Reino Unido aponta que o consumo de tomate ajuda a diminuir em até 20% o risco de câncer de próstata.



TRATAMENTO

O tratamento depende do tamanho e da classificação do tumor, assim como da idade do paciente e pode incluir prostatectomia radical (remoção cirúrgica da próstata), radioterapia, hormonoterapia e uso de medicamentos. Para os pacientes idosos com tumor de evolução lenta o acompanhamento clínico menos invasivo é uma opção que deve ser considerada.

Vigilância ativa – Quando o estágio do câncer é observado de perto e o tratamento iniciado somente quando e se necessário. Tem por objetivo evitar o tratamento desnecessário em homens com baixo risco de câncer. O método também detecta cânceres que começam a se tornar mais agressivos e que, portanto, necessitam tratamento.

Cirurgia – caso em que a próstata é totalmente removida (prostactomia radical). É usada para tratar o câncer que está contido dentro da glândula da próstata.
Braquiterapia – implantação de sementes radioativas na próstata.

Braquiterapia de alta dosagem – onde fontes temporárias de radiação são direcionadas diretamente para a próstata.


Terapia hormonal – os especialistas em câncer utilizam a terapia hormonal para interromper o fluxo de testosterona para as células cancerosas. Há três tipos básicos de terapia hormonal: usando cirurgia, injeções ou comprimidos. Se o câncer estiver no estágio localmente avançado ou avançado, pode ser oferecida a alternativa de terapia hormonal, sozinha ou em combinação com outras alternativas de tratamento.

Outros tratamentos para câncer avançado de próstata incluem:

Bisfosfonatos (um grupo de drogas que pode ser usada por homens portadores de câncer de próstata que se tenha espalhado pelos ossos; não tratam o câncer, mas auxiliam na redução dos sintomas)

Quimioterapia – drogas que destroem as células do câncer. Este tipo de tratamento por ser usado nos casos em que o câncer da próstata já se espalhou para além dos limites da glândula e não está mais respondendo à terapia hormonal. Igualmente, homens em estágios iniciais de câncer de próstata podem ser submetidos a este tipo de tratamento.

Radioterapia paliativa (radioterapia ministrada para auxiliar a diminuir os sintomas e as dores causadas pelo câncer, sem, contudo curá-lo)


E A CURA?

Nos últimos anos, os pesquisadores começaram a entender como algumas mutações no DNA das células podem fazer com que as células normais da próstata se desenvolvam de maneira anormal formando o câncer. O DNA contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todas as células. Normalmente, as pessoas se parecem com seus pais, porque eles são a fonte de seu DNA. Entretanto, o DNA também pode influenciar o risco de desenvolver certas doenças, como alguns tipos de câncer.

As alterações hereditárias no DNA de determinados genes são responsáveis por cerca de 5% a 10% dos casos de cânceres de próstata.

Uma empresa brasileira apoiada pela Finep criou uma tecnologia de combate ao câncer que já tem uma patente internacional publicada e já se encontra na fase clínica, com previsão de entrada no mercado em dois anos. Trata-se de uma vacina autóloga - ou seja, feita com células tumorais do próprio paciente – desenvolvida pela gaúcha FK Biotec. Inicialmente ela será usada para tratar câncer de próstata, mas já há estudos em curso prevendo sua aplicação em outros tipos de câncer. 

Os primeiros testes mostram resultados muito promissores. Em um grupo de 107 pacientes acompanhados por cinco anos, foi usado o nível de PSA como referência do que poderia ser chamado de cura bioquímica, ou seja, quando o PSA fica indetectável. O PSA é uma proteína encontrada no sangue que, quando em nível elevado, indica a possibilidade de câncer de próstata. No grupo vacinado, após cinco anos, 85% dos pacientes tiveram PSA indetectável. No grupo de controle, apenas 48% apresentaram esse resultado.

A sobrevida também aumentou de forma significativa. A média de mortalidade esperada conforme a literatura médica é de 20%. O grupo não vacinado teve 19% de mortes por câncer. No grupo vacinado, a mortalidade foi de apenas 9%. “Nesse tipo de paciente, a mortalidade é de 1 em 5 pacientes, mas com a vacina, a chance de morrer da doença é de 1 em 11”, explica Fernando Kreutz, CEO da FK Biotec e pesquisador responsável pela vacina.

O grupo estudado foi composto por pacientes com doença localmente avançada, ou seja, fizeram cirurgia e tiraram a próstata, mas já apresentavam invasão local – o câncer não foi 100% removido. Segundo a média histórica, cerca de 30% dos casos apresentam invasão local.

Os resultados foram apresentados em encontro da AACR – Associação Americana de Pesquisa sobre Câncer. Os testes mostram que o tratamento é seguro, sem efeitos adversos severos. Agora está sendo desenhado o estudo clínico da Fase 3, com 416 pacientes. O processo será multicêntrico e envolverá o Hospital das Clínicas e o Hospital da PUC de Porto Alegre, além de parcerias com outros estados que estão em discussão.

O produto criado não se limita ao câncer de próstata, podendo ser expandido para outros tipos da doença. Já estão estudando seu uso em melanoma e câncer de pâncreas. Este último é muito agressivo, com sobrevida de apenas três meses. “Testamos por enquanto em apenas três pacientes, mas um deles respondeu ao tratamento e seu tumor diminuiu de tamanho, o que é muito raro e indicativo de que essa plataforma tecnológica é promissora”, conta Fernando.

Vale ressaltar que estas informações não são para auto-diagnóstico, são apenas informativas, ao perceber qualquer sintoma, procure um especialista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Dicas úteis e Noticias - Tudo sobre Atualidades